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Copan um ícone do centro de São Paulo

 

 

 

Ele surge imponente, inusitado e surpreendente por entre todo o cinza da região da Praça da República, em São Paulo. É gigante e cheio de curvas, ondas no mar de concreto. Um ícone que atrai curiosos, turistas, estudantes e arquitetos do mundo inteiro para observa-lo e estuda-lo. É um dos símbolos de uma cidade que pulsa, à moda das “pólis” da Grécia Antiga, em torno de seu centro. Até a revista The Economist andou falando a respeito dele. Dependendo da janela, dá vista para a cidade inteira. O edifício Copan já teve seus altos e baixos, mas tem uma história e tanto.

Projetado em 1951 pelo arquiteto Oscar Niemayer, que ano mais tarde também projetaria a nova capital nacional, Brasília, o Copan foi encomendado para a comemoração do 4º centenário da cidade, em 1954, mas demorou até 1966 para ser construído. Até hoje ostenta a maior estrutura de concreto armado do Brasil e o posto de maior edifício residencial da América Latina, com seus 1160 apartamentos, entre 1 e 3 dormitórios, em 42 andares e 4 blocos.

Inspirado no Rickefeller Center, de Nova York, mistura residências com área comercial. O andar térreo, com suas 72 lojas, já abrigou até o antigo Cine Copan, posteriormente substituído por uma igreja evangélica hoje interditada. Há restaurante, pizzaria, padaria, café e tantos elevadores que o prédio mais parece uma cidade em si. O que pouca gente sabe, é que a ideia original de Niemayer foi abortada pela quebra do Banco Nacional Imobiliário, que financiava o projeto, que contaria ainda com um teatro, um hotel vizinho, uma laje ligando os dois prédios e sustentando um restaurante, além de piscina, galeria de lojas, jardins suspensos e garagens subterrâneas.

Com a debandada da classe média do centro para os bairros, o Copan conheceu de perto a degradação entre os anos 1970 e o final dos 1990, quando tornou-se praticamente um cortiço vertical a ocupar as páginas policiais dos jornais. A tomada da administração do prédio pelos moradores fez com que as normas de aluguel mudassem, e excluíssem pessoas de “comportamento duvidoso”, atraindo de volta um público de profissionais diversos, interessados na conveniência do Centro, sobretudo os que valorizam a arquitetura que definiu um jeito de morar comum a milhares e milhares de pessoas ao longo das décadas. Hoje, o Copan tem até fila para comprar e alugar.

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